quinta-feira, 11 de outubro de 2012

A bicicleta e o Caranguejo

 
 
A bicicleta e o Caranguejo - Um Lugar Chamado Alexandra" é o título do documentário produzido pelo cantor e compositor Carlos Madia. Distante do consumismo desenfreado e da falta de tempo dos grandes centros urbanos, Alexandra é um lugar bucólico, no qual ainda imperam valores como a palavra, a amizade e a vivência do coletivo. Viagem no tempo, na qual passado e presente se misturam.
A obra traz, com muita poeticidade, aspectos singulares do antigo distrito, conhecido pela sua estação e simplicidade do seu povo. Costurado com relatos daqueles que dão vida ao lugar e participaram da história, o documentário revela a Alexandra que detém valores como a amizade, os afetos, a família e a comunidade. Facetas que apontam a poesia das coisas mais simples: da bicicleta ao caranguejo.
Com direção dos premiados documentaristas Míriam Cris Carlos e Werinton Kermes, “A bicicleta e o caranguejo” conta também com a produção executiva de Carlos Madia, trilha sonora original e foi patrocinada pela empresa Heringer.

Veja o trailer do documentário aqui:
 

Para saber mais sobre o documentário acesse o blog no link abaixo:
Fonte: Blog A Bicicleta e o Carangueijo.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Como os livros ajudaram a formar o imaginário cinematográfico brasileiro


Nova edição do Cândido discute a relação entre cinema e literatura

A relação entre literatura e cinema é quase tão antiga quanto a própria sétima arte. Em comum, as duas atividades têm em seu cerne a vocação para contar histórias, e este talvez seja o ponto de convergência que as atrai. No cinema nacional, essa relação também originou obras-primas que se enraizaram no imaginário popular.

A 14ª edição do Cândido, resgata alguns dos principais livros nacionais que ganharam as telonas, discutindo qual o resultado da fusão entre literatura e cinema. Daí a presença de matérias e textos críticos que falam sobre as adaptações de obras de Nelson Rodrigues e Jorge Amado — dois dos escritores brasileiros com maior presença em nosso cinema —, sobre clássicos da literatura — nacional e paranaense — levados ao cinema, além de reportagem que resgata a história de grandes romancistas que escreveram roteiros. Alguns dos principais nomes do nosso cinema, como Fernando Meirelles, Braulio Matovani e Marçal Aquino deram depoimentos sobre o cinema nacional.



O número 14 do jornal ainda traz depoimento de Lourenço Mutarelli, que participou do projeto “Um Escritor na Biblioteca” em junho, além de texto de Nilma Lacerda sobre o papel das bibliotecas hoje, na seção “Livro e Leitura”. Entre os inéditos, destaque para dois experientes autores paranaenses. A contista Luci Collin discute a Curitiba contemporânea por meio de sua prosa experimental na seção “Em busca de Curitiba”; já Thadeu Wojciechowski, um dos poetas mais carismáticos do Paraná, aparece com o poema “enquanto é tempo”.



Serviço
O Cândido tem tiragem mensal de dez mil exemplares e é distribuído gratuitamente na Biblioteca Pública do Paraná e em diversos pontos de cultura de Curitiba. Também é enviado, via correio, a diversas partes do Brasil. É possível ler a versão online do jornal aqui. O site também traz conteúdo exclusivo, como entrevistas e inéditos.

Fontes:

domingo, 17 de junho de 2012

Confiram a mais recente produção da Agência Carpe Diem



O curta Vigília é baseado na vanguarda surrealista e apresenta varios elementos que remetem a ela. Assistam, confiram e comentem o que acharam.

sábado, 26 de maio de 2012

Luis Buñuel


Luis Buñuel Portolés é considerado o pai do Surrealismo cinematográfico e um dos mais polêmicos diretores da história do cinema. Nasceu em 1900 na aldeia de Calanda, Teruel, Espanha e teve uma rigorosa educação, estudando durante a infância e adolescência com os Jesuítas.
                                                  Luis Buñuel em gravação
Em seguida foi estudar na Universidade de Madrid, onde teve os primeiros contatos com as vanguardas artísticas da época e morou na Residência dos Estudantes, onde conheceu e se tornou muito amigo do poeta Federico García Lorca e de Salvador Dalí, com quem trabalhou junto anos mais tarde.
Na Espanha Buñuel já tinha contato com o cinema, mas foi quando se mudou para França, em 1925, que iniciou os estudos na Academia de Cinema de Paris e trabalhou como assistente de direção e roteirista do cineasta Jean Epstein. 
Em parceria com Dalí, e com auxilio financeiro de sua mãe, fez seu primeiro filme, intitulado “Um Chien Andalou” (Um Cão Andaluz, 1929) que rompeu a narrativa cinematográfica tradicional e tinha imagens fortes e de grande impacto, tanto naquela época quanto nos dias de hoje, como a cena em que é cortado o globo ocular com uma navalha. Com ele, tanto Bruñuel quanto Dalí passaram a integrar o grupo surrealista. O curta foi considerado por muitos como um ataque a Garcia Lorca, de quem havia se afastado por, entre outros motivos, ter aversão a homossexualidade do poeta. O filme ficou em cartaz durante vários meses e fez muito sucesso.
                    Uma das imagens mais perturbadoras do cinema (Um Cão Andaluz)
 
Logo em seguida foi a vez do espirituoso e violento “L’Âge d’Or” (A Idade do Ouro, 1930) e, após uma curta temporada em Hollywood, dirigiu o documentário “Las Hurdes Tierra Sin Pan” (Terra Sem Pão, 1933), que traz como tema o dia a dia da aldeia Extremadura, na Espanha. A linguagem, os fatos mostrados e as imagens eram tão fortes e reais, por se tratar de um local extremamente miserável, que era surreal(lista), mesmo. Porém, o governo da época alegou que a obra passava uma imagem negativa do país, e a proibiu.
Com a Guerra Civil espanhola, Luis Bruñuel emigrou para os Estados Unidos onde trabalhou até como dublador para Warner Bros e depois para o México, mas dirigiu vários outros filmes. Para se ter uma ideia, no período em que morou no México ele chegou a fazer oito filmes em oito anos.
Buñuel ainda voltou para Europa, onde dirigiu alguns outros filmes, mas sua última obra para o cinema foi “Esse Obscuro Objeto de Desejo”, de 1977, depois disso ele ainda escreveu uma autobiografia e morreu em 1983, vítima de câncer, na Cidade do México, deixando um legado imenso para a cultura cinematográfica.

Abaixo o polêmico documentário "Las Hurdes Tierra Sin Pan":
(Terra Sem Pão, 1932)


Referências:

sábado, 19 de maio de 2012

Elementos surrealistas e a realidade absoluta de André Breton


"Cara imaginação, o que mais amo em ti, é que tu não perdoas", essa frase de André Breton, mostra qual é o principal foco da arte surrealista. A imaginação é livre, e a sua utilização possibilita novas experiências. A tentativa de descobrir um homem primitivo, sem a influência da sociedade e suas regras fez com que o movimento surrealista negasse todas as ideias de valores como lógica e razão, inteligência crítica, família, pátria, moral e religião. Invés disso os artistas foram buscar nos estudos psicanalíticos sua inspiração. É comum encontrarmos no surrealismo a exploração do inconsciente, as narrações dos sonhos, as experiências com o sono hipnótico, a contra lógica e até um pouco de humor.
O sangue de um poeta, filme surrealista

A vanguarda apresenta alguns elementos que reforçam a sua identidade. Formas baseadas na fantasia, nos sonhos e no inconsciente são obrigatórias dentro de uma obra surrealista. Também é comum o uso de ilusões ópticas, distorção entre imagem e sua legenda ou áudio, busca da perfeição das cores. No cinema surrealista os filmes gráficos e abstratos, a técnica, os jogos de luz e sombra, a estética e a montagem rítmica são dispensadas. Para compor os filmes os diretores focavam na mensagem, que não deveria ser entendida diretamente, mas ser percebida pelo subconsciente do espectador, para isso usavam a não linearidade, elementos que levavam ao estranhamento do publico e uma perspectiva diferente da qual o cinema estava acostumado a usar, algumas vezes até cruel.

André Breton um dos pioneiros na arte surrealista, critica em seu primeiro manifesto, os lugares-comuns e o ato de tornar o desconhecido em conhecido da forma que estava sendo feita, mostrando que o sonho é uma parte psíquica considerável que não poderia ser ignorada. Baseado nas psicanálises Freudianas, Breton afirma que o sonho é contínuo e possui traços de organização, porém, a memória faz cortes, não leva em conta as transições; O estado de vigília, que é uma interrupção do sono, causa uma estranha tendência à desorientação; O espírito humano se satisfaz plenamente durante o sonho, é inapreciável temos facilidade a tudo. Tudo isso era para ele um grande campo inexplorado pelo cinema. Breton também acredita que a mistura desses dois estados, o sonho e a realidade, podiam ser uma espécie de realidade absoluta, que ele denomina como surrealidade.

"Não é o medo da loucura que nos forçará a largar a bandeira da imaginação",
André Breton.

"ANDRE BRETON", por Shahla Rosa


Fonte: Cinema Surrealista - http://pt.scribd.com/doc/17704209/Cinema-Surrealista

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Surrealismo - a libertação da mente

 

O primeiro manifesto do surrealismo afirma que o movimento trata-se de:

“Automatismo psíquico puro, mediante o qual se tem o propósito de expressar, seja verbalmente, seja pela escrita ou por qualquer outro meio, o funcionamento real do pensamento. Ditado do pensamento que não sofre o controle exercido pela razão e que se mantém à margem de qualquer preocupação estética ou moral”

Ou seja, é um método de produção artística que prioriza a atividade subconsciente sobre a consciente.

Surgido na França na década de 1920, é um herdeiro direto da linguagem simbolista e da revolução romântica e foi influenciado por  Freud, que acreditava que o homem deve libertar sua mente e dar maior abertura e importância aos sonhos, as ideias do inconsciente e ao desejo.

No cinema, os cineastas quebraram com o tradicionalismo cinematográfico. Demonstram uma despreocupação total com o enredo e com a história do filme, desconstruindo os roteiros, afim de obter obras mais livres, mais ligadas aos sonhos e desejos inconscientes. Proporciona infinitas possibilidades de imagens, ampliando assim o referencial de informação visual, já que no cinema pode-se reproduzir livremente e sem limites o pensamento,o sonho.

Existem diversos filmes surrealistas, e um deles é “A Idade do Ouro” (L’age d’Or, 1930) do consagrado Luís Buñuel (1900-1983), considerado o maior representante da escola surrealista no cinema.




sábado, 5 de maio de 2012

A estreia de uma vanguarda

Cena considerada a mais polêmica do filme Um Cão Andaluz

 
   Um dos filmes mais polêmicos de todos os tempos, é considerado o primeiro e o mais famoso da vanguarda surrealista, também chamada de cinema subjetivo por alguns autores. O curta metragem Un Chien Andalou (O Cão Andaluz) de 1929 é o resultado da parceria entre o cineasta Luis Buñuel e o Pintor Salvador Dali. O filme foi feito para a elite francesa e apresenta cenas violentas e anticlericais, se preocupa mais com o ritmo da montagem rítmica do que com a estética, mostra várias cenas metafóricas. Para alguns críticos o diretor usa um comportamento antiplástico e antiartísticos para causar atração e repulsa no público. Outros críticos defendem que seu enredo é uma viagem à cabeça de uma pessoa perturbada ou de um assassino que transmite para as imagens a sua confissão. Além disso, o filme usa a linguagem poética e não linear, fazendo o espectador lembrar o estado de sonho, inconsciente e fantasia e não a representação convencional, as imagens são apresentadas como se pertencessem a um pesadelo.
    A cena mais chocante e que causa arrepios na plateia é o homem cortando o olho de uma mulher com uma navalha. Também é encontrada no filme a visão de mundo do autor de descrédito das instituições burguesas e religiosas. Isso juntamente com as cenas pouco convencionais, e a forma de montagem do filme, causou uma reação adversa no público e até hoje o cinema surrealista não atrai os espectadores com menos repertório ou menos ligados à arte. O que nos faz perceber que a vontade do autor de fazer uma obra que causasse repulsa funcionou em algumas partes.
   Um filme tão polêmico como esse tem entre lendas e fatos reais suas curiosidades. Uma delas, é que o filme gerou tantos protestos e indignação onde foi exibido, que Buñuel passou a temer a plateia e chegou a levar pedras nos bolsos para se defender. Outro fato curioso é que o filme foi gravado em apenas 15 dias.  Polêmicas à parte, o curta de estreia de Buñuel foi um marco para o cinema de experimentação surrealista e ajudou a abrir caminho para as inovações nos roteiros cinematográficos.