sábado, 19 de maio de 2012

Elementos surrealistas e a realidade absoluta de André Breton


"Cara imaginação, o que mais amo em ti, é que tu não perdoas", essa frase de André Breton, mostra qual é o principal foco da arte surrealista. A imaginação é livre, e a sua utilização possibilita novas experiências. A tentativa de descobrir um homem primitivo, sem a influência da sociedade e suas regras fez com que o movimento surrealista negasse todas as ideias de valores como lógica e razão, inteligência crítica, família, pátria, moral e religião. Invés disso os artistas foram buscar nos estudos psicanalíticos sua inspiração. É comum encontrarmos no surrealismo a exploração do inconsciente, as narrações dos sonhos, as experiências com o sono hipnótico, a contra lógica e até um pouco de humor.
O sangue de um poeta, filme surrealista

A vanguarda apresenta alguns elementos que reforçam a sua identidade. Formas baseadas na fantasia, nos sonhos e no inconsciente são obrigatórias dentro de uma obra surrealista. Também é comum o uso de ilusões ópticas, distorção entre imagem e sua legenda ou áudio, busca da perfeição das cores. No cinema surrealista os filmes gráficos e abstratos, a técnica, os jogos de luz e sombra, a estética e a montagem rítmica são dispensadas. Para compor os filmes os diretores focavam na mensagem, que não deveria ser entendida diretamente, mas ser percebida pelo subconsciente do espectador, para isso usavam a não linearidade, elementos que levavam ao estranhamento do publico e uma perspectiva diferente da qual o cinema estava acostumado a usar, algumas vezes até cruel.

André Breton um dos pioneiros na arte surrealista, critica em seu primeiro manifesto, os lugares-comuns e o ato de tornar o desconhecido em conhecido da forma que estava sendo feita, mostrando que o sonho é uma parte psíquica considerável que não poderia ser ignorada. Baseado nas psicanálises Freudianas, Breton afirma que o sonho é contínuo e possui traços de organização, porém, a memória faz cortes, não leva em conta as transições; O estado de vigília, que é uma interrupção do sono, causa uma estranha tendência à desorientação; O espírito humano se satisfaz plenamente durante o sonho, é inapreciável temos facilidade a tudo. Tudo isso era para ele um grande campo inexplorado pelo cinema. Breton também acredita que a mistura desses dois estados, o sonho e a realidade, podiam ser uma espécie de realidade absoluta, que ele denomina como surrealidade.

"Não é o medo da loucura que nos forçará a largar a bandeira da imaginação",
André Breton.

"ANDRE BRETON", por Shahla Rosa


Fonte: Cinema Surrealista - http://pt.scribd.com/doc/17704209/Cinema-Surrealista

3 comentários:

  1. Boa Noite professora. Usamos como referência bibliográfica o artigo de COUTINHO, Abraão; TRANCOSO, Bianca; et al. Cinema Surrealista. Disponível em http://pt.scribd.com/doc/17704209/Cinema-Surrealista

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  2. Nossa adorei o anuncio! :] Estou estudando Surrealismo e Dadaísmo na Faculdade!

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